Protozooses

Por mais que exista um caráter benéfico nos protozoários, eles também são responsáveis pela propagação de certas doenças. Nessa postagem iremos discorrer sobre o ciclo e as peculiaridades de três delas:
  • Leishmaniose.
Doença infecciosa que afeta tanto humanos quanto animais, ou seja, uma zoonose. Causado pelo protozoário da espécie Leishmania chagasi, possui um nível de letalidade que preocupa as autoridades brasileiras, pois pode ocorrer transmissão entre o homem e seu animal de estimação. Sua transmissão, entretanto, é indireta e ocorre através de insetos hematófagos conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Nesse caso, costuma ser da espécie Lutzomyia longipalpis.
Como ocorre a infecção?
O mosquito fêmea necessita picar um animal infectado para conseguir o parasita. Na próxima vez, já terá o protozoário e poderá transmiti-lo a outros seres vivos. No meio urbano, é mais comum a transmissão ocorrer entre os cachorros e os seres humanos, sempre com a presença do vetor que depende de matéria orgânica para viver.

Existem dois tipos de leishmaniose. Ambas são causadas pelo mesmo vetor e parasita, no entanto, possuem sintomas diferentes, são elas a leishmaniose cutânea  (1) e a leishmaniose visceral(2).
Sintomas: (1) Surgimento de pequena pápula avermelhada no local da picada. Essa elevação da pele aumenta de tamanho até que forme uma ferida com crosta ou secreção purulenta. Outras lesões inflamatórias podem se manifestar nas mucosas do nariz e da boca. (2) Febre intermitente; anemia; indisposição; palidez da pele; falta de apetite; inchado do abdômen devido ao aumento do fígado e do balço; comprometimento da medula óssea; problemas respiratórios; diarreia; e sangramento na boca assim como nos intestinos. Dessa forma, pode-se ver que a doença afeta os severamente os órgãos e pode causar a morte.

Prevenção: Evitar áreas muito próximas à mata, principalmente banhos em rios ou igarapé; Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde; Utilizar repelentes na pele quando estiver em matas onde há a doença; Usar mosquiteiros e telas protetoras; Eliminar cães com diagnóstico positivo, para evitar o aparecimento de casos humanos, isso, porque não há tratamento disponível para os animais.

  • Doença de Chagas
A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que pertence ao filo Euglenozoa, do reino Protoctista.

Este filo é constituído por eucariontes dotados de um núcleo mesocariótico que apresentam clorofila a e bxantofilas e carotenos como pigmentos, têm uma película proteica, em forma de espiral em vez de parede celular.

A espécie Triatoma infestans, do grupo dos insetos e usualmente conhecida como ”barbeiro” é o agente transmissor dessa doença.
A transmissão da doença é praticada de uma forma pouco comum neste caso, em que ela não ocorre diretamente através da picada, mas sim pelas fezes deixadas que são induzidas a entrar na abertura da epiderme por causa dos movimentos de coceira. Também foram registradas no Brasil transmissões pela ingestão de cana-de-açúcar ou açaí, o provável é que haja uma invasão ativa do parasita diretamente através do aparelho digestivo nesse tipo de transmissão.  Os sintomas depois de uma picada de Triatominae costumam começar com lesão cutânea ou edema periorbitário unilateral, evoluindo então para febre, mal-estar, linfadenopatia generalizada e hepatoesplenomegalia; anos mais tarde, alguns pacientes apresentam miocardiopatia crônica, megaesôfago ou megacólon.

A Doença de Chagas pode apresentar sintomas distintos nas duas fases que se apresenta, que é a aguda e a crônica. A fase aguda, que é a mais leve, a pessoa pode apresentar sinais moderados ou até mesmo não sentir nada. 
Fase aguda: febre prolongada (mais de 7 dias); dor de cabeça; fraqueza intensa; inchaço no rosto e pernas.
Fase crônica: problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca; problemas digestivos, como megacolon e megaesôfago.

  • Amebíase

Amebíase é uma infecção causada por um protozoário primitivo, sendo extremamente frágil, pleomórfica e sensível a mudanças de temperatura cientificamente identificado como Entamoeba histolytica , no qual ataca e se aloja no intestino grosso humano. Devido ao fato do protozoário ser adquirido principalmente pela via oral e por determinadas praticas sexuais, zonas pobres são mais prováveis de possuírem alimentos ou água impuros por contaminação fecal e uma maior ocorrência de práticas sexuais sem proteção.
Acredita- se que mais de 10% da população mundial esta infectada por Entamoeba díspar e Entamoeba histolytica, que são idênticas morfologicamente, entretanto apenas a Entamoeba histolytica se faz patogênica tendo uma margem de 50 milhões de casos invasivos por ano.
O parasita integraliza um ciclo de vida em apenas um hospedeiro sendo assim possui um ciclo monoxênico. Ciclo biológico do parasito apresenta dois estágios básicos e bem definidos: trofozoítos e cistos. No trofozoítos apresenta uma forma ameboide com variados tamanhos núcleo com cariossoma central e cromatina periférica distribuídos regularmente na membrana nuclear diferentemente de qualquer outra estrutura encontrada em outros eucariotes. Possui uma movimentação pseudópodes e uma grande quantidade de vesículas e vacúolos na citoplasma que são essências na produção de enzimas capazes de fagocitar tecidos. Na forma cística compreende-se como uma esfera rígida e resistente, devido ao acumulo de quitina e glicoproteínas, que possui de 1 a 4 núcleos idênticos ao do outro estagio e no seu citoplasma percebe-se a existência de vacúolos de glicogênio e de corpos cromatóides em forma de bastonetes com ponta arredondada.
O ciclo evolutivo se da na seguinte forma:
O indivíduo se infecta com o protozoário na forma madura (cística) através da ingestão de alimentos contaminados, determinadas práticas sexuais desprotegidas ou utilização de equipamentos de lavagem intestinal contaminados. Uma vez no interior do organismo, o protozoário sofre seu descistamento no intestino delgado e os trofozoítos se deslocam para o intestino grosso, onde ocorre o encistamento ocasionado a criação de novos cistos que são levados pelas fezes. A parede dos cistos os proporciona sobreviver no meio ambiente por dias e até semanas. Os trofozoítos não conseguem sobreviver no meio externo por muito tempo. Nos pacientes sem sintomas os trofozoítos subsistem em seus lumens intestinais liberando cistos para serem eliminados com as fezes. Nos casos invasivos os trofozoítos atravessam a mucosa intestinal e através da corrente sanguínea atingem outros órgãos como o encéfalo, pulmão e o fígado, caracterizando a doença extra-intestinal.

 Sintomas leves de amebíase

Cólicas abdominais
Evacuação de fezes pastosas com muco e sangue ocasional
Fadiga
Gases em excesso
Dor retal durante evacuação (tenesmo)
Perda de peso involuntária
Sintomas graves de amebíase: Sensibilidade abdominal; Evacuação de fezes líquidas, às vezes com sangue; Evacuação de dez a 20 vezes por dia; Febre; e vômitos.

Profilaxia:
- Ingestão de alimentos bem lavados e/ou cozidos;
- Lavar constante as mãos;
- Construção de fossas e redes de esgoto;
- Tratar os indivíduos infectados
- Praticas sexuais seguras;
- Evitar o contato com fezes humanas

 Ciclo de vida: 
O que é Amebíase? - Toda Matéria

REFERENCIAS:
1784-Article Text-8116-1-10-20071001 (2)

https://www.youtube.com/watch?v=0OCXrgq_abw
https://saude.gov.br/saude-de-a-z/leishmaniose-visceral
https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/leishmaniose?utm_source=grants&utm_medium=links-patrocinados&utm_campaign=doencas&utm_content=leishmaniose&utm_term=leishmaniose-tratamentos?utm_source=google-ads-search-br&utm_medium=search-&utm_campaign=exiber--always-on-43862&utm_content=_&gclid=CjwKCAjw95D0BRBFEiwAcO1KDBx2rZTWPk2wX9wyESaexkGRMVAWUX7-eTLult-se2cQwpEqIPS5xBoCkmwQAvD_BwE
https://www.youtube.com/watch?v=6u5eIY9rOXs

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